Pesamento no Relógio

Os minutos consomem dias e horas 
mente que gira sem destino 
tiquetaqueando vai o relógio 
e aquela lembrança do dia ao sol esfumaça
os segundos martelam os ouvidos
sangra demoradamente , vertigens inglórias...

E não fosse a demora de noite que tarda a chegar
Ansiaria o sabor da aurora em clara melancolia 

E a saudade impera sem entristecer 
O corpo gela na agonia errante da espera 

tique taque que consome uma vida inteira 
Aquele dia de ontem, ou seria amanhã?, a  palavra que não te ouvi dizer...
Foi o relógio que roubou o momento de falar
foi o tempo que não deixou, fechou minha entrada
tiquetaqueou minha vida, me deixou desapontada

(o devaneio da espera 
é uma quimera desvairada
tudo que nela impera
é deveras desmensurado)

O tique taque do relógio consome vidas sem parar
A perca da rotina é sempre o melhor
perder tudo e se encontrar,
navegar a céu aberto sem nunca veleja
errante ideia que viaja sem parar
minutos imemoriais, primários
sem volta vão sem pudor 
a minha mente em rodeio já se perdeu pelo ar

Relojoada a vida vai...

Por: Jessica Leite.

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